Arte por Christiane Kubrick
De 18 a 31 de outubro, aconteceu em São Paulo a tradicional Mostra Internacional de Cinema. Durante duas semanas, foram exibidos cerca de 350 títulos de variados países e diversas cinematografias em mais de 20 espaços, entre cinemas, centros culturais e museus espalhados pela capital paulista.
A seleção de 2013 fez um apanhado do que o cinema contemporâneo mundial produziu no ano, além de ter apresentado as principais tendências, temáticas, narrativas e estéticas realizadas em todo o mundo.
Nascido em Montevidéu, Uruguai, em 1950, veio para São Paulo na década de 1970 e formou-se na Escola Superior de Cinema São Luiz. Em 1975, viajou à Europa, onde viveu por três anos e atuou como diretor de fotografia na Suécia. De volta ao Brasil, assinou a fotografia de filmes como O Homem da Capa Preta (1986), Feliz Ano Velho (1988), Doida Demais (1989) e Como Nascem os Anjos (1996). Morou em Cuba por três anos, onde lecionou fotografia cinematográfica e ajudou a fundar a renomada Escuela de Cine de Los Baños. De volta ao Brasil, assinou a fotografia de Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles, trabalho que lhe valeu uma indicação ao Oscar. Trabalhou com Spike Lee no telefilme Sucker Free City (2004), novamente com Meirelles em O Jardineiro Fiel (2005) e Ensaio sobre a Cegueira (2007), e com Gonzalo Arijon em Vengo de un Avion que Cayó en las Montañas (2007, 32ª Mostra). Codirigiu, em parceria com Enrique Fernández, O Banheiro do Papa (2006), Prêmio do Júri da 31ª Mostra e candidato do Uruguai ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Também dirigiu o longa-metragem Artigas (2011), exibido na 35ª Mostra.
Nasceu em Feldkirch, Áustria, em 1970. Formou-se em ciência cognitiva em Viena e Berlim e como assistente de câmera na Associação Austríaca de Diretores de Fotografia. Pós graduou-se em cinema e TV na Academia de Artes da Mídia em Colônia, na Alemanha. Dirigiu alguns curtas, como Frank (1999), antes de estrear na direção de longas com o filme The White Noise (2002). Seu longa-metragem seguinte, o premiado Edukators (2004), foi um dos destaques da 28ª Mostra, concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cannes e é considerado por muitos críticos um dos filmes alemães mais importantes da década. Dirigiu ainda Free Rainer (2007), A Cabana (2011) e o seguimento Gefährder, parte do longa-metragem Alemanha 09 (2009), exibido na 33ª Mostra.
Nasceu na ilha de Mindanao, nas Filipinas, em 1958. Mudou-se para Nova York em 1992, onde trabalhou como jornalista. Retornou para as Filipinas em 1997, tendo realizado filmes para o estúdio Regal Films antes de tornar-se diretor independente. Homenageado com uma retrospectiva de sua obra na 37ª Mostra, dirigiu longas-metragens como Batang West Side (2001), Evolução de Uma Família Filipina (2004); Morte na Terra de Encantos (2007) e Melancholia (2008), ambos premiados no Festival de Veneza; e Norte, o Fim da História (2013), que estreou no Festival de Cannes. Ainda dirigiu o média-metragem As Borboletas Não Têm Memória (2009) e o documentário Investigação sobre uma Noite Inesquecível (2012). Em 2013, presidiu o júri do Festival de Locarno. Vive em Manila e em Nova York.
Nasceu em Salvador em 1958. Em 1975, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde cursou economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Estudou cinema na Universidade de Nova York, onde realizou o curta-metragem Day 67 (1989). De volta ao Rio de Janeiro, dirigiu o curta Diário Noturno (1993), com Marieta Severo, selecionado para o Festival de Veneza e premiado nos festival de Gramado e Brasília. Jenipapo, seu longa de estreia, foi selecionado pelos Festivais de Sundance, Toronto e Roterdã. Dirigiu ainda Benjamim (2003), baseado no romance de Chico Buarque, e Ó Paí, Ó (2007), baseado na peça do Bando de Teatro Olodum. No teatro, dirigiu Os Sete Afluentes do Rio Ota (2002), de Robert Lepage, e foi responsável pela montagem das peças Baque (2005), de Neil Labute, Um Dia, no Verão (2007), do autor norueguês Jon Fosse, e Inverno da Luz Vermelha (2010), de Adam Rapp. Neste ano, estreou o espetáculo O Desaparecimento do Elefante, adaptação dos contos de Haruki Murakami.
Nascido em Baranovitchi em 1964, quando a Bielorrússia ainda fazia parte da União Soviética, se mudou ainda jovem para Kiev, na Ucrânia. Nos anos 80, formou-se em engenharia e matemática no Instituto Politécnico da capital ucraniana. Ingressou no Instituto de Cinematografia de Moscou em 1991. Dirigiu documentários como Bloqueio (2005); A Estação de Trem (2000), Retrato (2002) e os longas documentais A Colônia (2001) e Paisagem (2003). Sua estreia na ficção se deu com Minha Felicidade (2010, 34ª Mostra), seguido de Na Neblina (2012, 36ª Mostra), vencedor do Prêmio da Crítica no Festival de Cannes. A 36ª Mostra realizou uma retrospectiva de sua obra, incluindo seu filme mais recente, o documentário O Milagre de Santo Antônio (2012), rodado em Portugal. Atualmente, mora na Alemanha.
Nasceu na Escócia e cresceu no Brasil. Mora em Los Angeles há dez anos. Começou sua carreira na Motion Picture Association of America e também trabalhou no departamento de estratégia mundial da Paramount Pictures. Fez mestrado em belas artes no American Film Institute. Em 2010, foi designado o representante da Rio Film Commission nos EUA. Também é chefe dos programas americanos para o Latin American Training Center e cocriador da Semana da Imersão para Cineastas IberoAmericanos. Foi um dos produtores de No (2012), de Pablo Larraín, filme de abertura da 36ª Mostra e o primeiro filme chileno a ser indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Atualmente, desenvolve novos projetos em sua produtora, a Filmed Imagination.
Nasceu na Argentina em 1966. Atuou na área de desenvolvimento do mercado latino-americano no Patagonik Film Group. Nesse período, lançou filmes como O Último Trem (2002), Kamchatka (2003), Paturozito (2004) e El Aura (2006, 29ª Mostra). Em 2008, mudou-se para Portugal, onde fundou, junto com a portuguesa Pandora da Cunha Telles, a produtora Ukbar Filmes. Desde 2009, quando foi criada, a Ukbar produziu ou coproduziu, entre outros, Quince Pontos na Alma (2011), J.A.C.E (2011); Bonsai (2011), selecionado para a mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes; Virgem Margarida (2012), Florbela (2012) e A Casa (2012, 36ª Mostra). Também produziu duas minisséries para a rede portuguesa RTP: República (2010) e Perdidamente Florbela (2012).
Cineasta natural de São Paulo, é formado em cinema pela Ryerson Polytechnical Institute em Toronto, no Canadá. Estreou em longas-metragens com o documentário O Velho - A História de Luiz Carlos Prestes (1997), um dos grandes filmes da retomada do cinema brasileiro. Seu primeiro longa de ficção foi Latitude Zero (2001), selecionado para o Festival de Berlim. Dirigiu ainda Cabra-Cega (2004) e Estamos Juntos (2011) e os documentários Dia de Festa (2006) e Rita Cadillac - A Lady do Povo (2007, 31ª Mostra). Seu mais recente documentário, Vocacional - Uma Aventura Humana (2011), sobre o estado da educação publica no Brasil, foi exibido em dois episódios no SescTV.
Jornalista e escritor e ex-professor da UFRJ e da UERJ. Escreveu o livro 1968 - o ano que não terminou, sucesso de crítica e público que chegou à sua 46ª edição. É também autor de livros como Cidade partida, vencedor do Prêmio Jabuti; Crônicas de um fim de século; Minhas histórias dos outros; Um voluntário da pátria; e Conversa sobre o tempo, este com Luis Fernando Verissimo. Em 2008, recebeu um troféu especial da ONU por seu trabalho na defesa dos direitos humanos na mídia brasileira nos últimos 30 anos. No cinema, foi roteirista dos documentários Semana de Arte Moderna (1972), de Geraldo Sarno; Que país é esse? (1976), de Leon Hirszman; 3 Antônios & 1 Jobim (1992), de Dodô Brandão; e de Um dia qualquer (2000) e Paulinho da Viola - Meu tempo é hoje (2002), ambos em parceria com Izabel Jaguaribe. É também colunista do jornal O Globo.