Arte por Marco Bellocchio
De 20 de outubro a 2 de novembro, aconteceu a tradicional Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Durante duas semanas, foram exibidos 322 títulos em 35 endereços, entre cinemas, espaços culturais e museus espalhados pela capital paulista, incluindo projeções gratuitas e ao ar livre.
A seleção fez um apanhado do que o cinema contemporâneo mundial tem produzido, além de apresentar tendências, temáticas, narrativas e estéticas. A 40ª Mostra foi composta por seis seções: Homenagens, Apresentações Especiais, Foco Polônia, Competição Novos Diretores, Mostra Brasil e Perspectiva Internacional.
Nasceu nos Estados Unidos em 1950. Pioneira no cinema americano independente e uma das cineastas mais notáveis reveladas pelo movimento No Wave nos anos 1980, em Nova York, ela é conhecida por explorar temas ligados à sexualidade, à violência e ao poder. Dirigiu filmes como Variety (1984, 9ª Mostra), o segmento Greed, do longa-metragem Seven Women Seven Sins (1986), Luminous Motion (2000) e Handsome Harry (2009). Sua obra faz parte da coleção permanente de instituições como o Whitney Museum, o Instituto Britânico de Cinema, o Centro Georges Pompidou e o MoMA. Parte de seu trabalho, incluindo seu longa mais recente, O Afogamento, será exibido na 40ª Mostra.
Nasceu em 1969. Formado em cinema pela ECA-USP, seu trabalho e estudo são voltados para a causa negra. Em 2005, publicou o livro Dogma Feijoada - O Cinema Negro Brasileiro. Na televisão, produziu programas como Brasil Total e Central da Periferia, ambos exibidos na TV Globo, e dirigiu séries como Pedro & Bianca (2013, TV Cultura) e Condomínio Jaqueline (2014, FOX), além de apresentar o programa Mais Direitos, Mais Humanos na TV Brasil. Dirigiu, entre outros, os curtas Carolina (2003), Narciso Rap (2005) e Jonas Só Mais Um (2007). Bróder (2010, 34ª Mostra), seu primeiro longa-metragem, foi exibido no Festival de Berlim. Também assinou a direção de O Amuleto (2015).
Nasceu na Argentina em 1942. Produtora, é uma das responsáveis pelo florescimento do Novo Cinema Argentino, movimento de renovação cinematográfica que surgiu no país no final da década de 1990. Iniciou a carreira em 1965 dirigindo dois curtas, El Bombero Está Triste y Llora e Un Día.... Em 1968, começou a assinar a produção de longas-metragens, atividade que exerce até os dias de hoje. Entre os filmes que produziu estão obras como Camila: O Símbolo de uma Mulher Apaixonada (1984, 9ª Mostra), de María Luisa Bemberg; A Menina Santa (2004, 28ª Mostra), de Lucrecia Martel; Habi, a Estrangeira (2013, 37ª Mostra), de María Florencia Álvarez, e Paulina (2015, 39ª Mostra), de Santiago Mitre. Também é diretora do longa Un Muro de Silencio (1993).
Nasceu na França em 1954. Um dos fundadores do grupo de teatro Reptile Cambrioleur, iniciou sua carreira em 1987 como diretor de documentários musicais. Junto com Elisabeth Perceval, realizou importantes curtas-metragens, vídeos, documentários e instalações cinematográficas, por meio dos quais questiona tanto a forma cinematográfica quanto as transformações contemporâneas. Como cineasta, fez longas-metragens como A Noite Sagrada (1993), Pária (2000), A Ferida (2004), A Questão Humana (2007) e Low Life (2011), todos exibidos na Mostra. Seus mais recentes filmes, Mata Atlântica e Sexta-Feira 13, serão exibidos na 40ª Mostra.
Nasceu na Bélgica em 1962. Ao longo de 25 anos, construiu uma significativa trajetória como produtor, diretor e roteirista independente. Formado em geografia, especializou-se em antropologia, o que o levou a trabalhar no Equador, onde realizou o curta El Camino del Tiempo (1992). Dirigiu os documentários City of the Steppes (1994), O Estado do Cão (1998, 22ª Mostra) e Poets of Mongolia (1998) —que fazem parte da chamada “trilogia Mongólia”—, além dos longas de ficção Khadak (2006, 30ª Mostra), Altiplano (2009, 32ª Mostra) e A Quinta Estação (2012). Nesta 40ª Mostra, integra o Júri e exibe seu mais recente filme, O Rei dos Belgas, realizado em parceria com Jessica Woodworth.
Nasceu em Portugal em 1957. Desde 1979 trabalhou com direção de som, mixagem e edição de som e imagem em mais de 130 longas-metragens, de diretores como Samuel Fuller, Werner Schroeter, Raúl Ruiz, Wim Wenders, Vincent Gallo, João Botelho, João César Monteiro, Teresa Villaverde e Daniela Thomas. Também trabalhou nos filmes Visita ou Memórias e Confissões (1982, 39ª Mostra), de Manoel de Oliveira; Capitães de Abril (2000), de Maria de Medeiros, vencedor do Prêmio de Melhor Filme do Júri na 24ª Mostra; A Religiosa Portuguesa (2009, 32ª Mostra), de Eugène Green, e a trilogia As Mil e Uma Noites (2015, 39ª Mostra), de Miguel Gomes. Codirigiu os documentários Outros Bairros (1998) e Pátria Incerta (2006).