Jornal da Mostra

22 de outubro de 2016

Maria Alice Vergueiro é homenageada com exibição de documentário

Juri da 44ª Mostra
Juri da 44ª Mostra Na mitologia grega dá-se o nome de Górgona a uma criatura de aspecto feminino, dotada de uma beleza invejável, conhecida por ser desregrada, sem escrúpulos e que tem o poder de transformar todos que olhem para ela em pedra. Para Pedro Jezler e Fábio Furtado, diretores de Górgona, esta definição cabe à atriz Maria Alice Vergueiro, de 81 anos, tema do documentário, e que foi homenageada, nesta sexta-feira (21), no Espaço Itaú de Cinema – Augusta. Antes da sessão começar, Maria Alice Vergueiro foi aplaudida de pé pelo público que lotou a sala. “É a primeira vez que assistirei ao filme”, avisou. O longa documental registra os bastidores dos dois últimos espetáculos protagonizados por ela: As Três Velhas e Why the Horse?. Em uma das cenas, debilitada em decorrência do mal de Parkinson, a atriz octogenária, de cadeira de rodas, precisa da ajuda de um bombeiro e de um ator para subir as escadas de um teatro em que está em cartaz. “Eu me assustei um pouco. Eu esperava algo mais teatral, mas me vi feia, borrada (...) Quando eu me vi subindo a escada, achei que teria um problema de aceitação, mas fiquei feliz de ver essa intimidade exposta”, afirmou Maria Alice, após a exibição. “Tínhamos o registro das cenas, mas o ‘avesso’ é o que nos interessava. Abordar o momento é a premissa do filme”, disse Fábio Furtado. “Queríamos registrar o processo”, completou Pedro Jezler. Presente na plateia, o ator Renato Borghi, amigo de longa data de Maria Alice, falou do prazer que foi contracenar com a atriz no longa O Rei da Vela (1983), dirigido por Zé Celso, uma remontagem cinematográfica da peça homônima de Oswald de Andrade, encenada pelo Teatro Oficina em 1967, e concluiu: “Em nome de todos nós, eu tenho que dizer que te amo”. Frederico Antonelli