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É o último dia de funcionamento da linha A do bonde de Moscou. Aparentemente, tudo parece normal. A porta traseira continua quebrada, como sempre. A condutora, Lúcia, está mergulhada em pensamentos sobre o exame de seu filho no conservatório de música. Mas a paisagem que entra pela janela está um pouco mudada. Os passageiros, também. Dentro do bonde, viajam fãs do hamburguer do MacDonald?s e pessoas com medo da inflação. 0 soldado aposentado tem saudade dos velhos tempos e ressente-se destes jovens cheirando a perfume francês. Duas velhas senhoras discutem sobre os prós e contras da perestroika. Um casal de jovens namorados briga pela janela e ele fica na calçada. Contemporâneo do bonde, o velho Boris, de 72 anos, é o único a parecer inconformado com o fim desta linha, que deixou de ser lucrativa e vai ser privatizada.