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No sudeste do Irã, vive a tribo nômade Gashgai, que cultiva como arte maior a tecelagem dos gabbeh, um tipo especial de tapete persa. Os padrões e cores destes tapetes belíssimos são inspirados diretamente pela natureza e pelos acontecimentos mais simples da vida diária. Assim, quando a tribo atravessa o deserto, tons de amarelo cobrem os gabbeh. Do mesmo modo, quando nasce um bebê ou começa uma história de amor, cores alegres tingem os fios de lã. Misturando imagens documentais, acompanhando a peregrinação incessante dos povos do deserto, com cenas ficcionais, o diretor Mohsen Makhmalbaf monta um panorama emotivo da cultura do Irã. O fio condutor está na figura de uma mulher, que tece um tapete como se conversasse com seus fios. Os desenhos contam a história de uma jovem, também chamada Gabbeh, proibida pela família de juntar-se ao seu grande amor. Em sua longa jornada pelo deserto, a jovem observa seu amado a distância, sem perdê-lo de vista, através das montanhas, dos rios e da neve. Paralelamente a história da moça, acompanha-se a trajetória de Sayahi, um antigo professor e poeta que acaba de abandonar a cidade, onde viveu por longo tempo, para reunir-se a família camponesa.