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Documentário em que o cineasta retoma, vinte anos depois, o tema de um de seus primeiros filmes, (House, de 1978), para a televisão israelense, que foi censurado na época de sua realização. O cenário é a mesma casa do primeiro filme, em Jerusalém, cuja importância simbólica é evidenciada à medida em que se entrevistam os seus proprietários de ontem e de hoje, seus vizinhos e outros habitantes das redondezas. Originalmente, a casa pertencia a uma família palestina, os Dejani, que foram expropriados dela. Sua posse foi transferida, depois, a diversos moradores israelenses, que vieram ocupar esta parte de Jerusalém e sofrem da constante instabilidade da região. Cada novo morador torna-se, assim, uma metáfora para as turbulentas condições de vida em Israel. Gitai entrevista tanto árabes deslocados, que desejam um futuro mais pacífico, quanto judeus que não têm nada contra eles mas, mesmo assim, aceitam morar em suas casas. Num determinado momento, o cineasta interroga um turista americano sobre o significado do nome de uma rua e é criticado por ele, por “procurar política em tudo”. Gitai demonstra discordar desse ponto de vista, encontrando nos mínimos detalhes da vida cotidiana um sentido maior do mundo.