Arquivo

Sobras em Obras (1998)

Sobre o filme

O processo criativo de Geraldo de Barros (1923-1998), pioneiro da fotografia experimental no -Brasil e também um dos nossos primeiros artistas concretos, é recriado neste documentário, que faz um estimulante diálogo entre passado e presente. –São Paulo, 1945. É o fim da guerra. Os soldados, em retorno da Europa, são recebidos como heróis. A democracia, a consciência do mundo e a sede de abandonar o arcaísmo social fazem parte das aspirações de toda uma geração. –Geraldo de Barros tem então 22 anos e observa a vida a partir da periferia da cidade. Ele pinta a realidade industrial e humilde. Mais tarde, descobre a fotografia e decide renovar a representação dessa realidade a partir de novas regras: o construtivismo e a arte concreta. É uma época de euforia, da construção civil dos anos 50, da construção de Brasília. Cenas de arquivo são repentinamente congeladas. Sobre a mesa de luz estão expostos os negativos cortados por Geraldo de Barros. São imagens fortes, sobras daquilo que ele fotografava. –O fotograma retrabalhado pela mão do artista é a leitura de uma história. A história de Geraldo de Barros, que inseriu a Arte Concreta e a Pop Art na sociedade da época. Geraldo de Barros isola a figura humana de um negativo para compor novas e surpreendentes imagens. O filme, que tem fotografia de Mario Carneiro, procederá da mesma forma com a imagem do artista, para que ele também seja um vestígio, "a sobra" de uma história existente e aqui reconstruída.

Ano: 1998

Duração: 60 min

País: Brasil

Cor: Col/P&B.

Direção: MICHEL FAVRE

Fotografia: Mário Carneiro