Ao transpor as lições de "Os 120 Dias de Sodoma", do Marquês de Sade, para os últimos dias da ditadura fascista na Itália, Pasolini realizou aquele que é considerado seu filme mais violento, atroz e repulsivo. Em uma villa no norte da Itália, quatro senhores (representantes dos quatro poderes: a nobreza, a igreja, o judiciário e o poder econômico) se reúnem com quatro velhas prostitutas para submeter garotos e garotas na flor da idade a todo tipo de violência. Naquele espaço fechado da mansão e durante 120 dias seguidos os quatro senhores disporão indiscriminadamente do corpo e da vida dos jovens. Divididos em quatro grupos (as vítimas, os soldados, os colaboradores e os servos), eles deverão se sujeitar a todo tipo de sevícia e torturas. Nenhum sexo associado à alegria será permitido. Sangue, fezes e esperma serão os elementos mais constantes no dia a dia daqueles jovens. Para eles, a morte será bem-vinda como um dia de sol. Pasolini não viu a estreia do filme, no festival de Paris em 22 de novembro de 1975. Foi assassinado brutalmente vinte dias antes, em 2 de novembro, em uma emboscada na praia de Óstia, próxima a Roma.
Título original: Salò o le 120 Giornate di Sodoma
Ano: 1975
Duração: 116 min.
Gênero: Ficção
País: Itália
Cor: Cor
Direção: PIER PAOLO PASOLINI
Roteiro: Pier Paolo Pasolini, Sergio Citti
Fotografia: Tonino Delli Colli
Montagem: Nino Baragli; Tatiana Casini Morigi
Elenco: Paolo Bonacelli, Giorgio Cataldi, Uberto Paolo Quintavalle, Aldo Valletti, Caterina Boratto, Elza De Giorgio, Sonia Saviange, Hélène Surgère
Produtor: Alberto Grimaldi
Produção: PEA, Les Produtions Artistes Associés
Música: Ennio Morricone