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 Lisboa, 1996. Existem instituições específicas que recebem adolescentes de todos os lados do país. São provenientes de lares desfeitos e não sabem para onde vão, nem quanto tempo vão ficar onde estão agora.        Eles estão sendo afastados de pais que poderiam machucá-los. Ou que poderiam ser machucados por eles. Ou não têm nenhuma família, nem pais, nem ninguém neste mundo. Em Lisboa, estão à mercê de um futuro incerto, sem saber o que são ou o que podem vir a ser. São mutantes, criaturas que se transformam de acordo com o que a sociedade lhes impõe. Na idade em que deveriam se formar, estão se transformando.