Elegia (1986)
Sobre o filme
Segunda Elegia da série de ensaios poéticos e visuais com duração entre 20 e 90 minutos a que Sokúrov deu início em 1978. Tributo ao legendário cantor erudito russo Fiodor Shaliapin (1873-1938), centrado na remoção de seu corpo do cemitério Batignolles, em Paris, para Novo-Devitchye, em Moscou, no ano de 1986 _ um evento de proporções diplomáticas, “beau geste” que visava comemorar o jubileu das relações entre a Rússia e a França. Quando vivo, Shaliapin foi censurado publicamente por imigrar da Rússia para o ocidente. Em uma operação tipicamente sokuroviana, a reprodução do arquivo de imagens pessoais do protagonista escapa completamente à ordem cronológica, sendo submetido à lógica de sua experiência individual, subjetiva. O conturbado contexto histórico do começo dos anos 20 não é apresentado de maneira objetiva, mas em consonância com o pequeno caos que rege as memórias do cantor. Sokúrov trabalhou sem algum financiamento estatal ou privado e, quando a Leningrad Documentary Films tentou legalizar o filme, o departamento estatal de cinema russo respondeu: “Shaliapin não foi perdoado”.
Título original: Elegia
Ano: 1986
Duração: 30 minutos
País: Rússia
Cor: Preto e branco
Direção: ALEKSANDER SOKUROV
Roteiro: ALEKSANDR SOKÚROV