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O faroeste alegórico começa com o barulho de um tiro. Um homem aparece na tela, vestido de preto, sangrando, morrendo. É o estranho, o arauto da morte, o sem nome, o sem rosto, que anuncia o que está por vir. Se uma foto vale por mil palavras, um filme representa centenas de fotos. Cada imagem conta parte de uma história de amor, de dor, de redenção e morte. Amor de Verão é uma história moderna de velho Oeste, que retoma o gênero western spaghetti, realizado nos anos 1960/70. Eram filmes com baixo orçamento, principalmente feitos na Itália e que parodiavam os faroestes hollywoodianos. Na superfície da novela estão as coisas de sempre: homem perde a mulher, mulher quer mudar de vida, estranhos chegam à cidade. Os personagens não têm nome, são chamados pelo que representam. A Mulher: de beleza desbotada, que não consegue esconder as feridas de seu passado. O Xerife: bêbado, que bate em si mesmo por ter perdido a mulher. O Grande Homem: gordo, ciumento, amigo do xerife, que secretamente deseja a mulher. Um dia, o Estranho chega à cidade, montado num cavalo, com O Homem Procurado que retoma o lugar do massacre onde começaram as cenas iniciais do filme.