Arte por Laurie Anderson
De 18 a 31 de outubro, acontece a tradicional Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Durante duas semanas, serão exibidos 336 títulos em diversos endereços, entre cinemas, espaços culturais e museus espalhados pela capital paulista, incluindo projeções gratuitas e ao ar livre.
A seleção faz um apanhado do que o cinema contemporâneo mundial tem produzido, além de apresentar tendências, temáticas, narrativas e estéticas. A 42ª Mostra é composta de seis seções: Apresentações Especiais, Homenagens, Restaurações, Competição Novos Diretores, Mostra Brasil e Perspectiva Internacional. Desde 2017, o evento também apresenta filmes de realidade virtual.
Nasceu em Rosário, na Argentina. É formado em economia e relações internacionais. Mudou-se para Paris, onde começou a produzir documentários para cineastas como Amos Gitai, Marc Huraux, Eyal Sivan e Pola Rapaport. Mais tarde, passou a trabalhar em longas-metragens ficcionais, com foco na coprodução com Israel e países latino-americanos. Já participou de inúmeros comitês de apoio ao cinema na França e em outros locais. Fundou, ao lado de Gérard Lacroix, a companhia Tu Vas Voir, responsável pela produção de vários títulos, a exemplo de Casamento Arranjado (2001), de Dover Koshashvili, Diários de Motocicleta (2004), de Walter Salles, vencedor do Oscar de melhor música original, Ixcanul (2015, 39ª Mostra), de Jayro Bustamante, que recebeu o prêmio Alfred Bauer no Festival de Berlim, e Era o Hotel Cambridge (2016), de Eliane Caffé, ganhador do Prêmio do Público de melhor ficção brasileira na 40ª Mostra.
Nasceu em Istambul, na Turquia, em 1959. Em 1976, mudou-se para a Itália, onde estudou história do cinema na Universidade de Roma. Além disso estudou história da arte e direção teatral. Trabalhou no Living Theatre, liderado por Julian Beck, antes de se voltar ao universo cinematográfico. A partir de 1982, tornou-se assistente de direção em filmes de Massimo Troisi, Ricky Tognazzi e Marco Risi. Estreou como diretor em Hamam - O Banho Turco (1997). Também dirigiu, entre outros, os longas Uma Noite no Harém (1999), Um Amor Quase Perfeito (2001), A Janela da Frente (2003, 27ª Mostra), Cuore Sacro (2005, 29ª Mostra) e Um Dia Perfeito, de 2008, mesmo ano em que o Museu de Arte Moderna de Nova York dedicou uma retrospectiva completa para sua obra. Realizou ainda O Primeiro que Disse (2010), Magnifica Presenza (2012), Allacciate le Cinture (2014) e Rosso Istanbul (2016). Seu mais recente trabalho, O Segredo de Nápoles, será exibido na 42ª Mostra.
Nasceu em Portugal em 1966. Na década de 1980, participou, como atriz, dramaturga e diretora, do grupo teatral da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Também atuou em filmes como À Flor do Mar (1986), de João César Monteiro. Estreou como diretora e roteirista com o longa-metragem A Idade Maior (1991). Dela, a Mostra exibiu Três Irmãos (1994), vencedor do prêmio de melhor atriz (Maria de Medeiros) no Festival de Veneza, Os Mutantes (1998), Água e Sal (2001), Água Fria, curta que compõe a obra Visões da Europa (2004), Transe (2006), Cisne (2011) e Sara e a Sua Mãe, parte do filme colaborativo Pontes de Saravejo (2014). Em 2017, ela dirigiu Colo. Teve retrospectivas de seu trabalho na França, Itália e Portugal e colaborou com várias escolas como a Universidade de Évora, em Portugal, e a Haute École d`Art et du Design de Genève, na Suíça. Seu mais recente trabalho, O Termômetro de Galileu, será exibido na 42ª Mostra.
Nasceu em Salvador, na Bahia, em 1969. Sua carreira no cinema teve início em 1993, quando dirigiu o curta Troca de Cabeças. A partir de 1995, começou a trabalhar com Walter Salles, atuando como assistente de direção de Central do Brasil (1998) e Abril Despedaçado (2001) —neste último também é um dos roteiristas. Escreveu, ainda, filmes como Madame Satã (2002), de Karim Aïnouz, com quem também roteirizou a série para a televisão Alice (2007). Como diretor, realizou Onde a Terra Acaba (2001), vencedor do Prêmio do Júri de Melhor Documentário na 25ª Mostra, Cidade Baixa (2005, 29ª Mostra), seu primeiro longa de ficção, o curta-metragem O Príncipe Encantado (2009, 33ª Mostra), Quincas Berro D’Água (2010), Tudo que Aprendemos Juntos (2015), vencedor do Prêmio do Público de Melhor Ficção Brasileira na 39ª Mostra, e os documentários Aqui Deste Lugar (2015) e A Luta do Século (2016, 40ª Mostra).
Oriunda do sudoeste da França, Astrid nasceu em Madagascar e cresceu nas Índias Ocidentais. Atriz, começou a carreira no teatro e integrou o elenco de vários filmes franceses e independentes, comandados por diretores como Pascale Bodet, Nicolas Leclere e Pierre Merejkowsky. Astrid, contudo, tem no diretor Paul Vecchiali um parceiro —é protagonista dos filmes contemporâneos do cineasta. Atuou em Noites Brancas no Píer (2014, 38ª Mostra), É o Amor (2015, 39ª Mostra) e Os Sete Desertores (2017, 41ª Mostra), além do novo Trem das Vidas ou a Viagem de Angélique, presente na programação da 42ª Mostra. Em sua carreira como diretora, comandou dois curtas documentais: Mé Damné (2007), sobre sua reaproximação com o tio aristocrata, e Ma Fleur Maladive (2013), no qual ela reflete sobre uma amizade que acabou há anos. Atualmente, trabalha no roteiro de seu novo filme, The Forgotten Scar.